O Regional Sul

dezembro 1, 2023

Foto: Montagem/ND

Suspeito de aliciar adolescente de SC fez vítimas em outros estados

A lista de vítimas de Jean Alberto Mota Mastrascusa, de 35 anos, preso por suspeita de aliciar uma adolescente de 17 anos que estava desaparecida em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, é maior do que se pode imaginar. O homem foi preso pela Brigada Militar na tarde da segunda-feira (3), em um supermercado, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul.

ND+ teve acesso a um grupo intitulado “Unidos por Justiça”, que reúne mulheres que afirmam terem sido vítimas do homem ainda na adolescência. São pessoas espalhadas pelo Brasil.

Entre tantas lembranças, as vítimas relatam episódios de violência, especialmente sexual, sofridas quando foram aliciadas pelo homem. As mulheres – e suas famílias – buscam com o grupo no WhatsApp encontrar forças para alcançar Justiça.

As vítimas possuem perfis semelhantes: adolescentes, ruivas e que enfrentam ou enfrentaram algum tipo de problema pessoal. O ND+ teve contato com uma das vítimas de Jean. De forma rica em detalhes, Giovanna Aparecida Rangel contou os momentos de terror que viveu nas mãos de Jean.

Detalhes de quem viveu na pele

Giovanna Aparecida Rangel tinha apenas 15 anos quando conheceu Jean, na época com 30 anos. Ela passava por problemas pessoais e foi apresentada a Jean por um amigo após ele se passar por “psicólogo”.

Os primeiros contatos dos dois aconteceu por meio de jogos de RPG (Role Playing Game), que significa “Jogo de Interpretação de Papéis”. A partir dali as conversas foram se intensificando e Jean, ou Gao, como ele se apresentava, passou a oferecer atendimento psicológico gratuito para Giovanna por meio da internet.

“Os contatos foram aumentando e comecei a me sentir confortável para contar sobre os problemas que estava enfrentando. Ele tentava ajudar, descobrir a raiz de tudo”, contou Giovanna em entrevista exclusiva ao ND+.

De início, parecia uma relação tranquila e de confiança, mas, no fundo, a adolescente pressentia que algo não era normal. “Não sabia identificar se isso era a minha intuição ou uma paranoia”, conta.

Com a intensidade das conversas, Gao começou a dizer para Giovanna que ela era a garota perfeita para ele. Ela lembra que achava estranho, principalmente pela diferença de idade entre os dois, mas tentava manter a amizade. “Ele era muito sutil no que falava”.

Na época, Gao chegou a entrar em contato com a mãe de Giovanna, Cecília Rangel, dizendo estar apaixonado pela garota. “Tudo isso por meio de mensagens, mas eu nunca tinha visto foto dele”, revela a mãe.

Em um instinto materno de proteção, Cecília falou com a filha sobre a relação dela com Gao. “Ela falou que não queria nada com ele. Disse que eles conversavam e ele vivia insistindo, mas ela não retribuía. Ali começaram as ameaças”, relata.

Fonte: Nd+

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